NOTÍCIA OU OPINIÃO? COMO A MÍDIA TENDENCIOSA MOLDA SUA VISÃO
- Gabriela Milena Bortolato
- 24 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

Sabe aquele buraco antigo que não é fechado pelo órgão responsável, aquele erro absurdo na fatura de água, ou aquele descaso que você vê acontecer na escola do seu filho? Pois é, todos esses problemas considerados por muito tempo irrelevantes pela administração pública, ganham uma etiqueta de URGENTE, após um veículo da imprensa denunciar com provas os furos de uma gestão. Esse caso se aplica em várias situações, seja na esfera municipal, estadual ou federal.
Nos últimos anos, os meios de comunicação ganharam ainda mais “braços” para atingir a população, seja através de jornais, rádio, televisão, redes sociais, aplicativos de mensagens, entre outros. Mas, pense: se a notícia tem mais meios para chegar, e se chega mais rapidamente, pode-se imaginar que o número de profissionais responsáveis por elaborar as matérias, também deve ter crescido. Porém, o que muitas vezes pode passar despercebido com este aumento nos meios de comunicação, é a fonte.
No contexto da cidade de Indaial, pode-se citar o caso dos “40 cargos”, que propunha aumentar o número de cargos comissionados de 92, para 132, além de reajustes salariais. O projeto, que partiu do Executivo Municipal, parecia esperar a aprovação dos vereadores da Câmara, mas, a administração municipal já parecia estar em débito, tanto com a população, quanto com outras entidades. Na época, parlamentares da Casa destacavam que a realidade financeira do município era diferente, e que os valores causavam estranheza.
Paralelo a isso, parte da imprensa, em conjunto com personalidades influentes da cidade, se uniram para divulgar fortemente esta pauta. O intuito era de questionar a necessidade deste projeto para o indaialense. O que seria prioridade? Será que Indaial tem tanta estrutura nos bairros, nas ruas, nos postos de saúde, nas escolas, ou até mesmo no transporte público, a ponto de certas coisas pesarem na balança, mais que outras?
A situação da época, permanece a mesma, mas hoje, atrelada a outros problemas. O projeto foi rejeitado pela Câmara, sob forte pressão da imprensa e da população. O que antes passava despercebido, com o tempo foi se tornando nítido. Alguns veículos tentavam maquiar uma situação que era revolta na cidade, mas esta decisão culminou na separação do “joio e do trigo” dentro da imprensa. A pergunta que fica é: por qual motivo algum veículo maquiaria o que já estava escancarado?
É nessas horas que se torna fácil perceber quem tem compromisso com pauta, ou com a verdade, e quem se importa com propaganda, criando narrativas. O empresário do ramo jornalístico William Randolph Hearts, delimitou:
“jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. O profissional que tem como função informar a comunidade, precisa, antes de tudo, se questionar sobre seus próprios dilemas éticos, para que não esbarre em pautas que possam levá-lo à possíveis “sinucas de bico”.

CONCLUSÃO:
Contextualizando tudo isso, é comum ver na atualidade a confusão de determinados meios de comunicação, ao divulgar pautas enviesadas, que ora estão de um lado, e ora estão de outro, principalmente quando se trata da abordagem política, tentando defender não a verdade, mas, sim, seus interesses próprios. Exemplificando de forma prática, é como se alguém te oferecesse algo, alegando que isso te traria benefícios. Você está no seu direito de decidir, ponderando, de acordo com seus princípios éticos, se tal proposta é coerente ou não. O que está sendo levantado não é sobre as pautas quais temas são escolhidos, mas sim, a maneira como são expressados. Qual imagem/ideia o veículo deseja passar? O que isso está me induzindo a pensar ou concluir?
Afinal, é maduro saber discutir sobre qualquer coisa, mas, sempre separando os fatos verídicos, daqueles editados ou embelezados.

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